quinta-feira, 15 de abril de 2010

Comissão de Transporte Coletivo e Pessoas com Deficiência do Fórum Americana 2020 define metas em audiência pública

A Comissão de Pessoas com Deficiência e Transporte Coletivo do Fórum Municipal Americana 2020, presidida pelo vereador Reinaldo Chiconi (PMDB), realizou na noite desta quarta-feira (14) audiência pública para definir as metas para a cidade de Americana nos próximos dez anos. O evento foi realizado no Plenário Dr. Antonio Álvares Lobo e contou com a participação dos membros da comissão e do vereador de Nova Odessa, Vagner Barilon (PSDB), além da população presente.

Durante a audiência, foram discutidas todas as metas traçadas nas reuniões da comissão. A população também se manifestou para elaborar questionamentos e apresentar sugestões de outras metas. A intérprete Valquíria Fabiani Camero realizou a tradução dos debates para a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), atendendo aos deficientes auditivos presentes. O montador Sandro José Moreira, que é surdo-mudo, manifestou-se através da linguagem de sinais com o auxílio da intérprete e agradeceu a oportunidade de poder participar, contando as dificuldades que enfrenta no dia a dia. “Ele reclama da falta de intérpretes nas empresas, e conta que muitas vezes ocorrem palestras ou reuniões no local de trabalho e não há intérprete. Com isso, ele acaba perdendo quase todo o conteúdo, e se sente excluído. Por essa razão, ele diz estar feliz de contar com um intérprete aqui hoje, porque isso ainda é muito difícil de acontecer”, disse Valquíria.

De acordo com o senhor Netanias Alves da Silva, cadeirante, uma das principais dificuldades das pessoas com deficiência em Americana é a busca por emprego. “É muito difícil para o deficiente entrar no mercado de trabalho, porque ele próprio se considera incapaz”, disse.

Outro problema mencionado foi a perda do benefício de aposentadoria por invalidez quando o deficiente é contratado por uma empresa. A diretora de Unidade de Atenção ao Direito da Pessoa com Deficiência, Elizabeth Fitzsons da Silva, comentou que representantes de indústrias estão preocupados com essa questão, e estudam a manutenção do benefício. “As indústrias querem investir na formação e educação, pois abrem vagas para deficientes mas não há pessoas qualificadas. Mas, de qualquer forma, já há uma movimentação nesse sentido”. “No Senado já há discussões sobre isso”, acrescentou Chiconi.

O presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Americana (APAE), Sebastião de Souza Adegas, ressaltou a importância da lei de cotas e defendeu o aprimoramento da lei, para tratar as pessoas com deficiência de maneira mais digna. “É preciso investir nisso e treinar o deficiente, para que ele seja tratado da forma que merece. Não adianta simplesmente colocar um surdo-mudo ou um cadeirante na empresa e achar que cumpriu a sua parte”, analisou.

Além das metas já estabelecidas pela subcomissão, outros apontamentos foram feitos pela população durante a audiência: a disponibilização de cadeiras de rodas adaptadas para pessoas com distrofia muscular, a oferta de cursos de capacitação para pessoas com deficiência e a instalação de uma subsede do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) para inserção dos deficientes no mercado de trabalho, entre outros.

Transporte Coletivo

Com relação às metas apresentadas pela subcomissão de Transporte Coletivo, o principal questionamento apresentado pela população presente foi a instalação de abrigos nos pontos de ônibus. A senhora Maria Therezinha da Silva reclamou dos ônibus lotados no horário de pico e perguntou se há previsão para instalação das coberturas nos pontos. “Pego o ônibus na Balsa de manhã e está sempre lotado, sem contar que os lugares reservados para idosos não são respeitados, especialmente pelos mais jovens”, afirmou.

A supervisora da Secretaria de Transporte e Sistema Viário, Ione Gabriela Prado de Andrade, lembrou que a colocação dos abrigos é uma das metas da comissão, com prazo para dezembro de 2010. “Infelizmente o problema dos assentos reservados é cultural, comportamental. De qualquer forma, acreditamos que, com a operacionalização dos bilhetes também para quem possui gratuidade, como idosos e gestantes, haverá maior distribuição das pessoas nos ônibus, pois todos deverão passar pela catraca”, ponderou.

O representante da Associação das Pessoas com Necessidades Especiais de Americana (APNEA), Paulo Sérgio Gasparro, lembrou das dificuldades do transporte adaptado e questionou a eficiência do programa “Porta a Porta”. “Temos associados que utilizam o ‘Porta a Porta’, mas há muitas pessoas cadastradas há mais de um ano que não foram atendidas ainda, porque segundo as empresas não há veículos disponíveis”, salientou.

Segundo o advogado da Viação Cidade de Americana, André Nardini de Oliveira Roland, não há dados oficiais sobre o número de pessoas com deficiência na cidade. “Existe um estudo sendo feito para atender essa demanda, e acredito que quando tivemos os números em mãos, poderemos resolver este problema”, avaliou.

O vereador Reinaldo Chiconi encerrou a audiência agradecendo e enaltecendo a participação de todos. “As audiências públicas são importantes no sentido de ouvirmos as pessoas que vivem o dia a dia e conhecem as dificuldades, para podermos então traçar metas mais sólidas e próximas das reais necessidades tanto das pessoas com deficiência quanto dos usuários do transporte coletivo”, finalizou.

As propostas definidas nas onze audiências serão anexadas ao relatório conclusivo do Fórum, intitulado “Americana 2020 – Crescimento Participativo”. O documento final será apresentado na solenidade de encerramento do Fórum, que acontece no dia 26 de maio, no Teatro Municipal “Lulu Benencase”. As propostas de ações e de políticas públicas levantadas durante o Fórum serão encaminhadas aos Poderes da União, do Estado e do Município, bem como a seus órgãos e instituições. Para mais informações sobre o Fórum Municipal Americana 2020, acesse a página especial no site da Câmara

Fonte:
Assessoria de Comunicação
Câmara Municipal de Americana

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